Especialistas apontam que Facebook leva vantagem na briga, mas que a Google poderia encontrar nichos empresariais para deslanchar.
Desde que a Google abriu a possibilidade de negócios criarem páginas no Google+, há duas semanas, passou a disponibilizar ferramentas básicas para que companhias entrem nessa rede.
Enquanto os analistas da indústria acreditam que o Google+ Pages poderá encontrar um nicho lucrativo no mundo de redes sociais entre os usuários corporativos, por enquanto há uma percepção de que o Facebook pode superar o Google+ quando se trata de fornecer às empresas um lugar para atingir o coração dos clientes.
"Acredito que a Google vem tentando encontrar equilíbrio entre responder rapidamente a uma grande demanda do mercado - o apoio à presença comercial no Google+ Pages - versus disponibilizar uma oferta mais completa ao mercado", aponta Ray Valdes, analista do instituto de pesquisas Gartner. "A gigante de buscas escolheu não esperar até que o Google+ Pages ganhe características importantes, mas secundárias, como transferências de conta e suporte a arquivos de áudio. “Esse setor caminha rapidamente, e a Google não se deu ao luxo de esperar até que a oferta estivesse totalmente completa”, acrescenta o executivo.
Por enquanto, há uma lista de recursos que o Google+ Pages não conta, incluindo a capacidade para que as empresas ofereçam promoções ou cupons, bem como a possibildiade de hospedar concursos ou sorteios. Empresas em páginas do Google+ também não podem vender produtos. Muitos desses recursos estão disponíveis no Facebook e, agora, os usuários os querem no Google+ Pages.
Em julho, logo após a Google ter permitido a criação de páginas no Google+, o Facebook lançou o Facebook para Negócios, que basicamente é um guia para auxiliar empresas a usar recursos do Facebook direcionados para os negócios, social plug-ins e anúncios.
O Facebook deixou claro que queria fisgar as empresas e tirou vantagem da demora do lançamento do Google+ Pages. Agora, meses depois, analistas do mercado dizem que é evidente que o Google+ ainda precisa amadurecer. De acordo com Valdes, o Google+ Pages é um bom começo e a empresa irá completar a oferta nos próximos meses.
“No momento, o Facebook tem uma oferta mais completa, mas tudo isso pode mudar rapidamente. Google e Facebook não são escolhas excludentes. Muitas empresas têm um blog e um Twitter e uma página no Facebook. Agora, uma parte deles irá adicionar uma página no Google+”, diz Valdes.
De acordo com ele, alguns pontos estão posicionando a ferramenta da Google positivamente. “Muitas empresas estão inseridas no mundo da rede social e enxergam com bons olhos a audiência da Google”, aponta. “Se a Google adicionar processos para aprimorar a solução, será realmente útil e valiosa para as companhias”, completa.
"Existem algumas limitações reais nas páginas voltadas para o setor corporativo do Google+ que tornam mais difícil para as empresas usar a solução da maneira que quiserem. Esse quadro pode reduzir significativamente a adoção", avalia. "Por exemplo, apenas uma única pessoa pode gerenciar a conta, por isso ou o indivíduo será responsável pela página da empresa ou terá de compartilhar os dados de login e senha com várias pessoas. Isso não é recomendado."
Valdes espera ver, nas próximas atualizações do Google+, mais integração com outros serviços do Google, como a ferramenta de busca. Nas últimas semanas, a Google afirmou que é exatamente essa a ideia que tem daqui para frente. Em setembro, o CEO da Google, Larry Page disse que quer "transformar" a empresa, integrando seus diversos serviços com o Google+.
Não há dúvidas, aponta o analista, de que a Google deu um enorme passo nessa direção em outubro quando anunciou que tinha integrado o Google+ com o Google Apps, um pacote de aplicativos corporativos baseado em nuvem.
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